"Cumprir a Academia" foi o mote da lista C, candidata aos Órgãos Sociais da Associação Académica da Universidade de Lisboa.
A AAUL, como normalmente é intitulada, é uma associação que tem em vista a representação estudantil dos inúmeros alunos da Universidade de Lisboa. Assente num modelo híbrido em que, ao mesmo tempo que contacta com as Associações de Estudantes, ausculta diretamente os estudantes da ULisboa, unindo-os com base no espírito identitário. Para que possamos elaborar esta temática é fulcral perceber, de forma breve e abstrata, a história desta associação.
A 8 de março de 2007 foi finalmente fundada a associação académica na Assembleia Fundadora que teve lugar na Reitoria da Universidade de Lisboa. Após inúmeros descontentamentos decorrentes das alterações conjunturais no ensino superior, nomeadamente com o Processo de Bolonha e com o novo Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior, muitas foram as forças que se uniram para fazer-se resistência à imposição destas novas condições. É perante este cenário caótico que as associações de estudantes das várias escolas da antiga Universidade de Lisboa se unem para, por fim, materializar o desejo de verem as suas necessidades academicamente respondidas. Neste seguimento, nasceu a AAUL.
Hoje, com sede na Cidade Universitária, mais concretamente no edifício do Caleidoscópio, a AAUL representa todos os estudantes da Universidade de Lisboa e é independente do Estado, de partidos políticos, de organizações religiosas, filosóficas, sindicais ou outras.
Com a sua estrutura em constante dinamização, a Associação Académica da Universidade de Lisboa traz consigo o apoio de uma comunidade estudantil, constituída maioritariamente por jovens, que se predispõem a, voluntariamente, trabalhar para que, unidos, alcancem os desejos da comunidade estudantil.
Divididos e espalhados por mais de uma dezena de departamentos, os membros da AAUL, contribuem para as 18 casas que constituem a Universidade de Lisboa, trabalhando para o término de diversos problemas de caráter global nas várias escolas. O objetivo de acompanhar e promover a boa vivência académica dos estudantes enquanto estes se preparam para o futuro que lhes espera parece ser a função principal desta associação.
A Universidade de Lisboa conta com mais de 50 mil estudantes e, portanto, torna-se fulcral o investimento neste tipo de instituições que se designam plurais e inclusivas. Desde atividades recreativas, acolhimento, programa de mentores, workshops, palestras, torneios desportivos, feiras da mobilidade, especialmente destinadas a estudantes com interesses em estudar fora do país, preparação para exames, jornal próprio e atividades solidárias, entre várias outras iniciativas que a AAUL e os seus associativistas voluntários vêm tentando desenvolver.
O jornal Ponto d’Encontro fez-se comparecer na cerimónia de tomada de posse para o mandato 2023/2024, que decorreu no passado dia 12 de junho, e fez questão de abordar, tanto o presidente cessante da AAUL, quanto o recém-eleito líder.
Questionou-se-lhes qual a ótica do trabalho desempenhado no passado mandato e as respostas foram, de alguma forma idênticas. Afonso Garcia, que agora deixa nas mãos de Diogo Ferreira Leite o trabalho de vários dirigentes, afirma que deixa o cargo com o sentimento de dever cumprido, apesar das turbulências de um mandato que diz ter sido cansativo. Acrescenta que, para este novo mandato, perspetiva um longo e árduo trabalho para que os objetivos se materializem. Quer-se, portanto, uma aproximação do maior número de Associações de Estudantes da Ulisboa de modo a que a estrutura se torne mais firme e fortificada. Enaltece a necessidade de este ser um trabalho que requer muito não só da, agora atual direção, mas também das direções para os mandatos dos próximos anos.
Diogo Ferreira Leite define o mandato agora expirado com uma palavra: “Crescimento”, interna e externamente. Realça os esforços movidos para que se pudessem desenvolver diversas atividades que promovessem a união dos estudantes da Universidade de Lisboa. Afirma que o seu principal objetivo será dar continuidade ao trabalho já desenvolvido pelos diversos dirigentes da estrutura nos últimos mandatos. Quer transformar a academia de tal modo que a mesma se torne no veículo efetivo para exclamar as vontades dos estudantes. Reconhece a existência de diversos problemas no seio da conjuntura nacional atual e a vontade, enquanto dirigente associativo, para que se tente minimizar os efeitos destes problemas na comunidade estudantil. Acrescenta que, após a cerimónia da tomada de posse no salão nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa, o sentimento que o preenche é o de Realização.
Texto de Afonso Ornelas
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