As associações juvenis e estudantis um papel de grande importância na nossa sociedade. Representam um espaço único, e muitas vezes imprescindível, para os jovens que local e nacionalmente procuram organizar-se, participar e intervir, transformando e dando novas cores à sociedade que nos vão impondo. É nestes espaços de diálogo, de contacto, de fraternidade e solidariedade que a juventude procura o apoio à sua formação individual e integral, à criação e fruição cultural e à prática desportiva. Mesmo nos momentos mais difíceis, em que o Estado é desresponsabilizado, os mais jovens encontraram nas associações juvenis e estudantis o símbolo da resistência e da audácia de dar voz aos seus projetos e ambições.
Também antigamente, quando a maioria dos leitores deste artigo não eram nascidos, o movimento associativo se levantou, organizado pelos jovens e pelo povo, para neste país cravos plantar. Foram sementes de esperança que germinaram belos cravos de raízes tão fortes que já nem o fascismo poderia parar. Foi nas Associações, que durante 48 anos, a ditadura encontrou a oposição e a resistência dos jovens e do povo. Encontrou a força motriz para a democratização do Ensino, para o fim da guerra colonial e tantas outras reivindicações que Abril veio dar resposta.
Mais recentemente, foi o Movimento Associativo que se levantou e uniu braços e vozes pelo direito à habitação, ameaçado por uma bolha imobiliária e por uma crise que vieram flagelar, entre outras coisas, o acesso a alojamento digno e verdadeiramente acessível para os jovens, pelo direito à igualdade quando muitos jovens viram os seus direitos à felicidade, à participação e autodeterminação postos em causa, pelos direitos dos trabalhadores-estudantes, pelos direitos dos jovens com deficiência, entre tantos outros.
É necessário, mais do que nunca, combater a inércia que tem sido colocada ao Movimento Associativo Jovem. É urgente apoiar, desburocratizar e promover a participação dos jovens nas associações, garantido as condições necessárias ao desenvolvimento de um Movimento, diversificado, plural, mais igual e democrático, onde todos possamos participar, intervir e conjuntamente encontrar as respostas para o futuro que queremos construir.
A construção da democracia faz-se além do voto. Faz-se nos bairros, nas escolas e universidades, participando e lutando. É com isto que o Movimento Associativo se compromete, com a transformação, com o progresso, por uma sociedade onde os jovens possam evoluir e acima de tudo ser felizes.
Simão Bento
Estudante de Engenharia do Ambiente do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa
Presidente do Projecto Ruído – Associação Juvenil
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